Composto de óleo essencial pode tratar osteoartrose

Universidade de coimbra

Composto de óleo essencial pode tratar osteoartrose

por Lusa

O composto natural é extraído do zimbro. Fotografia © Lisa Soares/Global Imagens
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) identificou um composto natural, extraído do zimbro, com elevado potencial para o tratamento da osteoartrose, a principal causa de incapacidades motora e laboral a partir dos 50 anos.
O composto identificado é o afla-pineno, também presente no eucalipto e pinheiro, que, para a investigação em causa, iniciada em 2007, foi extraído do juniperus oxycedrus, vulgarmente conhecido por zimbro, cedro-de-espanha, oxicedro ou cade.
A osteoartrose, conhecida também por reumatismo ou artrose, é uma doença que atinge fundamentalmente a cartilagem das articulações – que funciona como amortecedor e lubrificante para garantir os movimentos – e provoca dor, rigidez, limitação de movimentos e, em fases mais avançadas, deformações.
«Não existe um medicamento eficaz para o tratamento da artrose, que afeta milhões de pessoas e cada vez mais, porque a população está a envelhecer», disse hoje à Lusa Alexandrina Mendes, coordenadora da avaliação farmacológica do estudo, que visa desenvolver um medicamento «capaz de travar a doença e promover a regeneração do tecido da cartilagem».
A investigadora sublinha que o composto identificado pela equipa demonstrou uma «forte seletividade para a cartilagem, não atuou num leque de outras células do organismo», o que é «um bom indicador de que não provoca efeitos colaterais».
«São resultados bastante promissores, mas são ainda necessários muitos passos até podermos chegar a um medicamento», disse, sublinhando a «importância da realização de ensaios com animais, para comprovação da eficácia e de que não há efeitos tóxicos».
Para o avanço para os ensaios pré-clínicos, com animais, é necessário financiamento que ainda não está assegurado, afirmou Alexandrina Mendes, referindo que o projeto foi submetido à Fundação para a Ciência e Tecnologia e estão em curso contactos com a indústria farmacêutica.
Além do alfa-pineno, a investigação permitiu ainda a identificação de um «conjunto de óleos essenciais de plantas da flora ibérica», mais concretamente de plantas endémicas de algumas regiões de Portugal (como Quiaios, na Figueira da Foz, e Serra da Estrela), «com moléculas bastante ativas sobre a doença articular crónica mais comum».
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a osteoartrose é «uma das 17 doenças prioritárias na área da prevenção e tratamento», refere a nota hoje divulgada pela UC.
«A evolução da doença é um processo longo com custos diretos (consultas, medicamentos, cirurgia) e indiretos (produtividade reduzida e absentismo laboral) muito elevados, tanto para o doente como para o Serviço Nacional de Saúde», conclui Alexandrina Mendes.
O estudo em curso tem a colaboração do Serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e envolve sete investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular e da Faculdade de Farmácia da UC, com a vertente da obtenção dos óleos essenciais e sua caracterização química a ser liderada por Carlos Cavaleiro.
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