Embaixadores sírios são expulsos das capitais europeias

Artigo publicado em 29 de Maio de 2012 – Atualizado em 29 de Maio de 2012

Embaixadores sírios são expulsos das capitais europeias

O presidente francês, François Hollande, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira quando anunciou a expulsão dos diplomatas sírios da França.
O presidente francês, François Hollande, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira quando anunciou a expulsão dos diplomatas sírios da França.
REUTERS/Philippe Wojazer

Por iniciativa do presidente francês, François Hollande, diversos países europeus, além da Austrália e do Canadá, expulsaram hoje os embaixadores da Síria de suas capitais em protesto ao massacre de Houla, que deixou 108 mortos na última sexta-feira na Síria, incluindo 49 crianças. Na Europa, a decisão foi confirmada pelos governos da França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Espanha.

Em entrevista coletiva, o presidente François Hollande anunciou nesta terça-feira a expulsão da embaixadora síria em Paris, Lamia Chakkour, igualmente titular do cargo na Unesco. O chefe de Estado socialista informou que uma reunião de «países amigos da Síria» vai se realizar um Paris no início de julho. Hollande acrescentou que depois de conversar ontem com o premiê britânico, David Cameron, e com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, foram decididas ações para aumentar a pressão sobre o regime do ditador Bashar al-Assad.  
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Itália assinala que o embaixador sírio em Roma é «persona non grata pelas violências de responsabilidade do governo sírio contra a população civil».
Pelo mesmo motivo, o Reino Unido expulsará o encarregado de negócios da Síria em Londres, Ghassan Gadanha, confirmou o ministro de Exteriores britânico, William Hague.
Ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck, atualmente em visita a Israel, o presidente israelense, Shimon Peres, chamou o ditador sírio Bashar al-Assad de assassino e defendeu ajuda aos sírios. «Ele deveria ser o pai da nação, mas se tornou um assassino», disse Peres.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, saudou a decisão dos países ocidentais de expulsar os embaixadores e diplomatas sírios, em protesto contra a sangrenta repressão que já matou 13 mil pessoas em 14 meses de revolta popular contra o regime no poder em Damasco.
Koffi Annan cobra «medidas corajosas» de Assad
O emissário internacional da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan teve audiência na manhã de hoje com o ditador Bashar al-Assad, em Damasco. Annan cobrou do regime «medidas corajosas» no cumprimento do plano de paz de seis pontos sistematicamente desrespeitado desde sua entrada em vigor, no dia 12 de abril.
Assad retrucou que o sucesso do plano Annan dependia do fim do terrorismo. Desde o início oficial da trégua, o regime passou a dizer que os ataques contra civis são obra de «terroristas». A tese foi refutada pela ONU, que constatou que as armas que mataram os civis em Houla são de propriedade exclusiva do Exército sírio. 
O massacre de Houla põe em evidência os limites da missão da ONU. Os 300 observadores militares presentes no país assistem impotentes ao recrudescimento da violência. Analistas estimam que o massacre pode marcar uma guinada na mobilização diplomática internacional. Uma vez que a Rússia e a China, por interesses econômicos e militares, continuam bloqueando qualquer resolução da ONU que leve à saída de Bashar al-Assad, é provável que países «amigos» da Síria intensifiquem o fornecimento de armas ao Exército Sírio Livre formado pelos desertores.

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