Manifestantes denunciam onda de assassinatos de mulheres na República Dominicana

Manifestantes denunciam onda de assassinatos de mulheres na República Dominicana

Desde o início do ano, 108 mulheres já teriam sido assassinadas no país latino americano

Na última quarta-feira (11/07) centenas de pessoas vestidas de preto se reuniram em frente ao congresso da República Dominicana para denunciar a onda de assassinatos de mulheres que está se espalhando pelo país. Diversas organizações de proteção dos direitos das mulheres, além de sindicatos e associações civis, se uniram para reivindicar junto ao governo não apenas a “honra à memória das vítimas”, mas, também, a adoção de medidas concretas, capazes de coibir o avanço do chamado feminicídio.
Agência Efe

Manifestante protesta contra assassinatos de mulheres na República Dominicana.

Ao longo dos últimos anos, essa estatística apenas aumentou. Ainda assim, o país permanece com apenas dois centros de acolhimento de vítimas de ameaça e nenhum programa social de apoio aos mais de 800 órfãos que surgiram a partir da eclosão do que feministas classificam como uma “epidemia”.
Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Sergia Galvan, uma militante feminista dominicana classificou como “uma evidente urgência nacional” o fato de “o feminicídio ser a maior causa de mortalidade de mulheres em idade fértil” e de “108 mulheres já terem sido vitimadas desde o início do ano”.
Ainda que “infelizmente nem o Poder Legislativo, nem o Executivo e nem o Judiciário tenham apresentado até hoje qualquer vontade política”, a militante conclui que “já é tempo de pararmos de nos lamentar e tomar uma ação efetiva, aquela que demanda dinheiro, melhoria da legislação dos programas de prevenção e da educação”.
Diante do encontro das manifestantes, a deputada Minerva Tavarez Mirabal se comprometeu a «lutar para que o combate ao feminicídio se traduza no orçamento nacional”, isso porque “o direito à vida é o primeiro direito humano e o Estado de Direito deve defendê-lo inclusive na esfera privada”.
A socióloga Rosario Espinal associa a reivindicação a uma “crise da masculinidade machista”. A seu ver, “as mulheres adquiriram autonomia graças ao acesso à educação e a empregos”. Diante disso, “o homem machista, incapaz de administrar sua insegurança”, torna-se um “sujeito de alto risco para elas”.
Como causa de “boa parte dos feminicídios”, o psiquiatra César Mella levanta o dilema da “ruptura”. O ciúmes, aliado à fácil proliferação de armas legais e ilegais no país, seria responsável por amplificar os maus tratos contra mulheres.
FONTE

Comentarios

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *

Este sitio usa Akismet para reducir el spam. Aprende cómo se procesan los datos de tus comentarios.